Os erros mais comuns na hora de planejar uma viagem — e como não cometê-los

Os erros mais comuns na hora de planejar uma viagem — e como não cometê-los

Já imaginou embarcar em uma viagem dos sonhos… e descobrir, no meio do caminho, que esqueceu o carregador do celular, reservou um hotel longe de tudo ou não verificou se precisava de visto? Infelizmente, esses contratempos são mais comuns do que você pensa — e muitos deles poderiam ter sido evitados com um planejamento mais cuidadoso. Viajar é uma das experiências mais enriquecedoras que existem: expande horizontes, quebra rotinas e cria memórias inesquecíveis. Mas, sem um bom planejamento, o que deveria ser prazer pode virar estresse.

Neste artigo, vamos explorar os erros mais comuns cometidos na hora de planejar uma viagem — desde a escolha do destino até os detalhes finais que muitos ignoram. Mais do que apontar falhas, nosso objetivo é oferecer soluções práticas, dicas reais e insights úteis para que sua próxima jornada seja tão tranquila quanto inspiradora. Seja você um viajante de primeira viagem ou alguém que já coleciona carimbos no passaporte, há sempre algo novo a aprender. Vamos juntos transformar seu planejamento em um passo a passo inteligente, eficiente e cheio de boas surpresas?


1. Escolher o destino sem considerar o orçamento real

Um dos primeiros — e mais graves — erros ao planejar uma viagem é escolher um destino sem alinhar essa decisão ao orçamento disponível. Muitas pessoas se apaixonam por um lugar ao ver fotos no Instagram ou vídeos no YouTube e, sem pensar duas vezes, já começam a sonhar com cafés parisienses ou praias gregas. O problema? A realidade financeira nem sempre acompanha o sonho.

Viajar para destinos caros sem planejamento pode levar a cortes drásticos durante a viagem (como se alimentar mal ou evitar passeios) ou, pior ainda, a dívidas ao voltar. Um estudo da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (ABRAT) revelou que mais de 40% dos viajantes brasileiros já voltaram de viagem com dívidas no cartão de crédito, muitas vezes por subestimar os custos locais.

A solução? Comece pelo orçamento, não pelo destino. Liste todas as despesas fixas da viagem: passagens, hospedagem, alimentação, transporte local, ingressos, seguro viagem e uma margem de segurança (10-15% do total). Depois, pesquise o custo médio diário no destino desejado. Existem ferramentas gratuitas, como o Numbeo ou o Travel Cost Calculator, que ajudam a estimar esses valores com precisão.

Se o seu sonho é caro demais para o momento, não desista — adapte. Considere viajar em baixa temporada, escolher acomodações alternativas (como hostels ou Airbnb), ou até dividir o destino em etapas. Às vezes, um fim de semana prolongado já é suficiente para matar a saudade — e manter as finanças saudáveis.


2. Deixar tudo para a última hora

Deixar tudo para a última hora

Procrastinar o planejamento pode parecer inofensivo, especialmente se você se considera “do tipo que se vira no improviso”. Mas, na prática, deixar tudo para a última hora quase sempre sai mais caro e mais estressante.

Passagens aéreas, por exemplo, costumam ficar mais caras conforme a data da viagem se aproxima. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), comprar voos com 30 a 60 dias de antecedência pode gerar economias de até 30% em comparação com compras de última hora. O mesmo vale para hospedagem: hotéis populares em destinos turísticos lotam rápido, e os preços sobem conforme a disponibilidade diminui.

Além disso, alguns trâmites exigem tempo: visto, vacinas obrigatórias (como a febre amarela para certos países), ou até mesmo a reserva de atrações famosas (como o Coliseu em Roma ou o Machu Picchu no Peru), que precisam ser agendadas com semanas — ou meses — de antecedência.

A dica prática? Crie um cronograma simples. Assim que decidir viajar, anote as seguintes datas:

  • 90 dias antes: pesquisar destinos, definir orçamento, verificar necessidade de visto/vacinas.
  • 60 dias antes: comprar passagens e reservar hospedagem.
  • 30 dias antes: reservar passeios essenciais, fazer seguro viagem, organizar documentos.
  • 7 dias antes: confirmar reservas, preparar roteiro diário, fazer check-list de bagagem.

Esse pequeno esforço inicial poupa dor de cabeça — e dinheiro — depois.


3. Ignorar o clima e a alta temporada do destino

Quantas vezes você já viu alguém postando fotos de uma praia deserta… e, ao chegar lá, encontrou multidões e filas intermináveis? Ou pior: viajou para um destino de inverno esperando neve… e pegou uma onda de calor anormal?

Ignorar o clima e a sazonalidade do destino é um erro clássico — e evitável. Cada lugar tem seu ritmo: alta temporada, baixa temporada, festivais locais, feriados nacionais e até eventos esportivos que podem transformar completamente a experiência.

Por exemplo, visitar Barcelona em julho pode significar praias lotadas, preços inflacionados e temperaturas acima dos 35°C. Já em abril ou outubro, o clima é ameno, as ruas são mais tranquilas e os preços, mais convidativos. Da mesma forma, viajar para o Norte do Brasil em janeiro pode ser ótimo para praias, mas se você quiser explorar a Floresta Amazônica, a estação chuvosa pode dificultar trilhas e passeios de barco.

Portanto, pesquise o clima médio e os picos turísticos do local antes de fechar as datas. Sites como o Weather Spark ou o Climate-Data.org oferecem gráficos detalhados de temperatura, precipitação e umidade por mês. Além disso, fóruns de viajantes (como o TripAdvisor ou Reddit) trazem relatos reais de quem esteve lá recentemente.

Lembre-se: viajar na baixa temporada não significa abrir mão da qualidade — muitas vezes, significa ter mais espaço, mais atenção dos anfitriões e preços justos. E, se for inevitável viajar na alta temporada, planeje com ainda mais antecedência e esteja disposto a acordar cedo para aproveitar os pontos turísticos antes da multidão.


4. Subestimar a importância do seguro viagem

Muitos viajantes ainda veem o seguro viagem como um gasto desnecessário — até que algo dá errado. Uma intoxicação alimentar em Lisboa, uma torção de tornozelo em Buenos Aires ou até um voo cancelado por greve: imprevistos acontecem, e sem cobertura, o prejuízo pode ser financeiro e emocional.

Além disso, alguns países exigem seguro viagem como condição de entrada. Na Europa, por exemplo, o Tratado de Schengen exige cobertura mínima de €30 mil para despesas médicas. Viajantes sem o documento correto podem ser impedidos de embarcar ou até deportados na chegada.

O bom é que seguros viagem são mais acessíveis do que se imagina. Para uma viagem de 10 dias pela América do Sul, é possível encontrar planos a partir de R$ 80. Já para destinos internacionais, o valor varia entre R$ 150 e R$ 300, dependendo da cobertura e duração.

Ao escolher um seguro, não se guie apenas pelo preço. Verifique:

  • Cobertura médica e hospitalar
  • Reembolso por cancelamento de voo ou perda de bagagem
  • Assistência jurídica e traslado em caso de emergência
  • Atendimento 24h em português

Plataformas como Seguros Promo, Real Seguro Viagem ou Mondial Travel permitem comparar planos lado a lado. E, sim: vale cada centavo. Porque viajar com tranquilidade é parte essencial da experiência.


5. Planejar um roteiro superlotado (ou nenhum roteiro)

Planejar um roteiro superlotado (ou nenhum roteiro)

Há dois extremos perigosos no planejamento de roteiros: tentar encaixar 20 atrações por dia ou não ter nenhum plano definido. Ambos comprometem a qualidade da viagem.

O primeiro leva à exaustão, estresse e frustração. Você passa mais tempo se deslocando do que aproveitando. Já o segundo pode resultar em dias perdidos, decisões apressadas e sensação de que “não deu tempo de ver nada”.

O equilíbrio ideal está em criar um roteiro flexível, com prioridades claras. Comece listando os “must-sees” — aquelas atrações que realmente importam para você. Depois, distribua-as ao longo dos dias, respeitando a geografia (evite ir de um ponto ao outro do mapa no mesmo dia) e incluindo tempo livre para descanso, descobertas espontâneas ou simplesmente sentar em um café e observar a vida local.

Uma boa regra prática: máximo de 2-3 atividades principais por dia, com horários estimados e margem para imprevistos. Use apps como Google Maps (com marcadores personalizados) ou TripIt para organizar tudo de forma visual.

E lembre-se: viajar não é colecionar check-ins. Às vezes, o melhor momento da viagem é aquele que não estava no roteiro — uma conversa com um morador, um pôr do sol inesperado ou um restaurante escondido que você encontrou por acaso. Deixe espaço para a magia do acaso.


6. Esquecer de preparar os documentos e a bagagem com antecedência

Parece básico, mas quantos viajantes já perderam voos por causa de passaporte vencido ou esqueceram o adaptador de tomada? Documentos e bagagem são os pilares práticos de qualquer viagem — e merecem atenção especial.

Antes de tudo, verifique:

  • Validade do passaporte (muitos países exigem 6 meses de validade restante)
  • Necessidade de visto (consulte o site do Ministério das Relações Exteriores)
  • Cópias digitais e físicas de documentos importantes (passaporte, identidade, reserva de hotel)
  • Carteira de motorista internacional (se for alugar carro)

Quanto à bagagem, evite improvisos na véspera da viagem. Prepare uma lista com base no clima, duração e tipo de viagem (praia, montanha, cidade). Inclua itens essenciais que são fáceis de esquecer:

  • Carregador universal e adaptador de tomada
  • Remédios pessoais e kit de primeiros socorros
  • Toalha de microfibra (seca rápido e ocupa pouco espaço)
  • Power bank para emergências

E, por favor: não leve tudo o que possui. Viajar leve traz liberdade — e evita taxas extras de bagagem. Uma mala de mão bem organizada é suficiente para a maioria das viagens curtas.


Conclusão

Planejar uma viagem vai muito além de escolher um destino bonito no mapa. É um exercício de autoconhecimento, organização e abertura para o novo. Ao evitar os erros mais comuns — como ignorar o orçamento, deixar tudo para a última hora, subestimar o clima ou esquecer o seguro viagem — você transforma sua jornada em uma experiência fluida, segura e verdadeiramente enriquecedora.

Lembre-se: o objetivo não é ter uma viagem perfeita, mas sim uma viagem autêntica. Erros acontecem, claro — e fazem parte da aventura. Mas com um pouco de planejamento inteligente, você reduz os riscos e amplia as possibilidades de viver momentos inesquecíveis.

Então, que tal aplicar essas dicas na sua próxima viagem? Pegue um caderno, abra uma planilha ou use um app — e comece a planejar com calma, consciência e entusiasmo. O mundo está cheio de lugares esperando por você. Basta dar o primeiro passo com sabedoria.

E você? Já cometeu algum desses erros em viagens passadas? O que aprendeu com a experiência? Compartilhe nos comentários — sua história pode ajudar outros viajantes a planejarem melhor! 🌍✈️

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